PARQUE DO MIRANTE
2014, PIRACICABA - SPARQUITETURA
João Paulo Meirelles de Faria
Marcio Tanaka
Giovanni Meirelles de Faria
Concurso promovido pela Prefeitura de Piracicaba e IAB-SP
Nossa proposta para o Parque do Mirante se insere dentro do projeto Beira-Rio, e quer contribuir para
sua qualificação como um todo. As ações aqui apresentadas buscam dar valor às especificidades
deste parque, dentro do conjunto de intervenções que desejam restituir à orla fluvial piracicabana
o interesse e deslumbre que historicamente a caracterizou. Num momento como o atual, quando
não só a contemplação mas também o uso inteligente das águas se faz urgente, projetos com
significados mais contemporâneos podem materializar anseios e demandas oportunas.
Nosso projeto se desenvolve ao longo de três operações norteadoras
1. Manter e Restaurar
A primeira ação necessária para a requalificação do parque é, obviamente , a sua manutenção
e o restauro às condições mínimas de conservação e uso de seu patrimônio. Para tanto , estão
previstos:
A. Recuperação para os pisos e a adequação à acessibilidade;
B. Verificação e reforços das estruturas e fundações de muretas, parapeitos, canais e outras
estruturas sensíveis aos movimentos de terra.
C. Nova iIluminação e mobiliário
D. Demolição das estruturas que foram anexadas ao patrimônio tombado ao longo do tempo,
descaracterizando-o.
2. Desenhar a Frente do Parque
A segunda operação busca caracterizar melhor os limites do parque, a qualidade de seus convites,
percursos e sugestão de áreas de reunião e permanência. Atualmente, por exemplo, o grande
talude arborizado (e não ocupado) entre as ruas Dr. Maurice Allain e Maria Maniero configura,
através de suas diferenças de nível e ausência de transposições transversais, obstáculo que isola
a frente do parque do entorno imediato.
As propostas aqui buscam qualificar estas frentes, através do redesenho de elementos como
calçadas e guarda-corpos, sugestão de percursos e entradas, e, por fim, a configuração de uma
praça no alargamento final da Av. Maurice Allain.
A seção transversal proposta nesta rua, com o estreitamento do leito carroçável, ao configurar
restrição de velocidade de tráfego, se ajusta a uma melhor convivência com a ciclovia projetada
e com os percursos de pedestres.
Elementos pormenores e desejáveis para mobiliário urbano, iluminação, sinalização, buscariam,
somados às ações já descritas, transformar este longo trecho longitudinal que caracteriza hoje
uma certa fronteira de comunicação entre o trecho de parque imediato ao rio e o tecido mais
urbano da cidade.
Estas duas primeiras operações são imprescindíveis, porém acreditamos que não sejam capazes
de sustentar sozinhas a requalificação desejada para todo o conjunto do parque.
3. Ocupar e qualificar
Para que a requalificação de todo o parque seja efetiva é importante que o seu uso e ocupação
adquiram novos sentidos.
A. Intervenção no Patrimônio. As propostas de intervenção em áreas tombadas, seja através
das novas edificações, seja através de pormenores como mobiliário urbano e iluminação,
buscam dar legibilidade às camadas do tempo e suas caracterizações, com a devida distinção
entre o contemporâneo e o histórico. Propõe-se que alguns elementos que foram construídos um
pouco improvisadamente como pequenas escadas, rampas e inclusive a edificação do antigo
restaurante “Mirante” – hoje NEA - sejam eliminados, para que o conjunto do parque tenha sua
camada histórica mais clara e simplificada. Uma proposta que busca conciliar preservação do
patrimônio histórico e o seu diálogo com os novos sentidos propostos.
B. A sazonalidade. O usufruto do parque de forma muito desiquilibrada entre os dias da semana
(dias de trabalho e recesso) - oferecendo inclusive qualidades distintas de segurança - justifica
propostas de programas e edificações que o tornem “ativo”, num certo sentido mais “urbano”.
Formas de ocupação que caracterizem um usufruto mais dinâmico, oferecendo também novas
formas de sensibilidade e resistência a processos de degradação.
C. O programa
NEA - O NEA (Núcleo de Educação Ambiental), estabelecido em 2014, é um programa
interessante e condizente com preservação do parque e do rio. Todavia, o local onde foi implantado
não nos pareceu adequado, se dissociando de ocupações mais afetivas historicamente à
população piracicabana, como era o restaurante “Mirante” anteriormente ali situado.
Nossa proposta é localizar o NEA como programa de entrada do parque, junto ao início do talude
entre as ruas Dr. Maurice Allain e Maria Maniero. A Central de Informações do Parque – hoje
escondida dentro do NEA – estaria associada aos espaços de foyer do auditório, e, em função
de sua melhor acessibilidade, se caracterizaria como portal de entrada de todo o conjunto.
O auditório, com suas dimensões ampliadas, poderia ser utilizado por terceiros, reduzindo
ociosidade e se associando aos outros novos programas também propostos. Uma pequena
biblioteca para pesquisadores e estudantes estaria localizada num pavimento superior.
Aquário – O Aquário atual possui certa visitação e talvez seja um dos poucos atrativos do parque
neste momento. Assim como o NEA, porém, sua implantação descaracterizou o patrimônio,
instalado-se como um ‘puxado’ de telhas metálicas do mirante existente. Não oferece dimensões
nem projeto capazes de atraírem potencialidade de visitação.
Propomos a demolição do edifício do NEA atual e a construção um novo aquário, estabelecido de
forma “aérea” na cota 516, a qual se acessa em nível em passarela vinda da praça dos espelhos
d´água. Este novo edifício estaria elevado sob a forma de pilotis em relação aos mirantes das
cotas 511.30 e 512, liberando de forma plena as visuais ali oferecidas para o rio. Sua configuração
permite uma surpresa de apreciação dos tanques de água tanto de seu interior como também
externamente, conferindo mais uma riqueza aos passeios do parque. O caminho desenvolvido
pelo visitante ora privilegia a vista do pátio interno, ora a vista do rio, dependendo das qualidades
oferecidas por sua implantação. As características deste edifício também o potencializam como
um Museu do Peixe, ressignificando ali, de forma contemporânea e oportuna, a toponímia da
cidade.
De uma plataforma situada no pátio interno é possível acessar também os níveis de mirante e
restaurantes (projetados) abaixo - com acessibilidade universal e independentes do funcionamento
do aquário. Esta independência de acesso e a sua localização privilegiada e consolidada
historicamente dão à leitura dessa construção o caráter de mais uma porta de entrada para o
conjunto do parque.
Restaurante Mirante. Apesar de oportuna a entrada do NEA como programa para o parque, a
consequente saída do tradicional restaurante “Mirante” nos pareceu uma descaracterização da
história estabelecida afetivamente naquele local. Propomos então o retorno de um restaurante e
bar na cota 508.30 (sobre os mirantes).
Novos Usos à Av. Dr. Maurice Allain – Uma lâmina de serviços.
Propomos um eixo de ocupação sobre a situação oferecida pela Av. Dr. Maurice Allain - três
edifícios contínuos de 4x95m elevados em pilotis - buscando qualidades diversas:
1. Criar uma faixa de transição mais gradual entre o parque e o tecido imediato da cidade.
Uma certa “ambiguidade” neste trecho nos parece oportuna: uma relativização do caráter de
parque e a ocupação mais urbana. A atual fronteira longitudinal configurada, por exemplo, pelo
canteiro taludado entre a cota baixa da rua Maurice Allain e a cota alta da rua Maria Maniero seria
transformada em frentes de convite transversais ao eixo dominante do parque e também em
acesso para as lâminas. Propomos também que os lotes da rua Maria Maniero possam adquirir
novo caráter de zoneamento, com potenciais usos comerciais que se beneficiariam do novo
desenho de toda esta frente do parque, agora mais ativada.
2. Este eixo longitudinal teria em seu extremo sul um restaurante e um bar, configurando também
com o alargamento da rua Dr. Maurice Allain uma nova praça de ligação com o conjunto do
Engenho Central.
3.Estruturaria – no extremo norte – a nova ocupação do NEA, com suas salas de escritório na
própria lâmina e o programa educacional - biblioteca e auditório – em edifício anexo implantado
no talude.
4. A extensão majoritária da lâmina seria ocupada por salas de trabalho para atividades
que a prefeitura tenha interesse em fomentar, através dos devidos incentivos. As vagas de
estacionamento já existentes estariam garantidas abaixo desta lâmina elevada. Este programa
ofereceria uma ocupação garantida durante a semana, almejando as virtudes já descritas para
esta nova dinâmica do parque.
5. Um segmento - também “aéreo” - desta barra é proposto transversalmente ao parque, de modo
a buscar mais diretamente a presença do rio pela cota da rua Dr. Maurice Allain; resolve também,
através de um elevador anexo, a acessibilidade universal aos diversos níveis do mirante 03. O
programa aqui proposto - bar/café/pequeno restaurante – oferece dinâmica de usos também
noturnos.
Construção
As lâminas - longitudinais e a transversal à avenida Dr. Maurice Allain - são constituídas de duas
treliças de aço paralelas e distantes 4m entre si. No sentido da rua Maurice Allain, os pilares,
dispostos a cada 10m, se deslocam alternadamente em relação ao eixo central do edifício (sem
interferir no estacionamento) relativizando o efeito da linearidade do conjunto. Painéis de correr
conferem versatilidade de funções ao conjunto, que naturalmente já seria bastante sombreado
pela condição de alameda.
O aquário, por sua vez, se estrutura em um anel de quatro vigas vierendeel de concreto de 4m
de altura e vãos de 31m. Estas se apóiam em quatro pilares, deslocados dos vértices e eixos do
edifício. Os tanques de água dos peixes, com 1 metro de largura, contrabalançam os 3 metros de
largura de passagem dos visitantes, configurando um bonito equilíbrio assimétrico de cargas. O
jogo de cheios e vazios da vierendeel determina os trechos de visibilidade do aquário e eventuais
planos opacos para os recursos expositivos de um “Museu do Peixe”. As lâminas de vidro nos
tanques podem receber os devidos filtros necessários para o ajuste da quantidade de luz no
interior dos mesmos.
Viabilização em fases
Estas propostas produzem uma configuração final desejada e coordenada, mas também foram
imaginadas como ações em fases, de modo a favorecer sua realização. Levam em conta também
modelos de viabilização (PPPs, concessões) que possam ser estratégicos tanto para o processo
de efetivação das propostas como também para a qualificação do parque ao longo do tempo.
As imagens que aqui apresentamos buscam estar à altura da importância deste lugar para
Piracicaba. Importância por tudo aquilo que já mirou e ainda vislumbra: o seu sentido histórico,
primordial, matriz de seu genius loci; e o seu eterno sentido de desejo e potência.
sua qualificação como um todo. As ações aqui apresentadas buscam dar valor às especificidades
deste parque, dentro do conjunto de intervenções que desejam restituir à orla fluvial piracicabana
o interesse e deslumbre que historicamente a caracterizou. Num momento como o atual, quando
não só a contemplação mas também o uso inteligente das águas se faz urgente, projetos com
significados mais contemporâneos podem materializar anseios e demandas oportunas.
Nosso projeto se desenvolve ao longo de três operações norteadoras
1. Manter e Restaurar
A primeira ação necessária para a requalificação do parque é, obviamente , a sua manutenção
e o restauro às condições mínimas de conservação e uso de seu patrimônio. Para tanto , estão
previstos:
A. Recuperação para os pisos e a adequação à acessibilidade;
B. Verificação e reforços das estruturas e fundações de muretas, parapeitos, canais e outras
estruturas sensíveis aos movimentos de terra.
C. Nova iIluminação e mobiliário
D. Demolição das estruturas que foram anexadas ao patrimônio tombado ao longo do tempo,
descaracterizando-o.
2. Desenhar a Frente do Parque
A segunda operação busca caracterizar melhor os limites do parque, a qualidade de seus convites,
percursos e sugestão de áreas de reunião e permanência. Atualmente, por exemplo, o grande
talude arborizado (e não ocupado) entre as ruas Dr. Maurice Allain e Maria Maniero configura,
através de suas diferenças de nível e ausência de transposições transversais, obstáculo que isola
a frente do parque do entorno imediato.
As propostas aqui buscam qualificar estas frentes, através do redesenho de elementos como
calçadas e guarda-corpos, sugestão de percursos e entradas, e, por fim, a configuração de uma
praça no alargamento final da Av. Maurice Allain.
A seção transversal proposta nesta rua, com o estreitamento do leito carroçável, ao configurar
restrição de velocidade de tráfego, se ajusta a uma melhor convivência com a ciclovia projetada
e com os percursos de pedestres.
Elementos pormenores e desejáveis para mobiliário urbano, iluminação, sinalização, buscariam,
somados às ações já descritas, transformar este longo trecho longitudinal que caracteriza hoje
uma certa fronteira de comunicação entre o trecho de parque imediato ao rio e o tecido mais
urbano da cidade.
Estas duas primeiras operações são imprescindíveis, porém acreditamos que não sejam capazes
de sustentar sozinhas a requalificação desejada para todo o conjunto do parque.
3. Ocupar e qualificar
Para que a requalificação de todo o parque seja efetiva é importante que o seu uso e ocupação
adquiram novos sentidos.
A. Intervenção no Patrimônio. As propostas de intervenção em áreas tombadas, seja através
das novas edificações, seja através de pormenores como mobiliário urbano e iluminação,
buscam dar legibilidade às camadas do tempo e suas caracterizações, com a devida distinção
entre o contemporâneo e o histórico. Propõe-se que alguns elementos que foram construídos um
pouco improvisadamente como pequenas escadas, rampas e inclusive a edificação do antigo
restaurante “Mirante” – hoje NEA - sejam eliminados, para que o conjunto do parque tenha sua
camada histórica mais clara e simplificada. Uma proposta que busca conciliar preservação do
patrimônio histórico e o seu diálogo com os novos sentidos propostos.
B. A sazonalidade. O usufruto do parque de forma muito desiquilibrada entre os dias da semana
(dias de trabalho e recesso) - oferecendo inclusive qualidades distintas de segurança - justifica
propostas de programas e edificações que o tornem “ativo”, num certo sentido mais “urbano”.
Formas de ocupação que caracterizem um usufruto mais dinâmico, oferecendo também novas
formas de sensibilidade e resistência a processos de degradação.
C. O programa
NEA - O NEA (Núcleo de Educação Ambiental), estabelecido em 2014, é um programa
interessante e condizente com preservação do parque e do rio. Todavia, o local onde foi implantado
não nos pareceu adequado, se dissociando de ocupações mais afetivas historicamente à
população piracicabana, como era o restaurante “Mirante” anteriormente ali situado.
Nossa proposta é localizar o NEA como programa de entrada do parque, junto ao início do talude
entre as ruas Dr. Maurice Allain e Maria Maniero. A Central de Informações do Parque – hoje
escondida dentro do NEA – estaria associada aos espaços de foyer do auditório, e, em função
de sua melhor acessibilidade, se caracterizaria como portal de entrada de todo o conjunto.
O auditório, com suas dimensões ampliadas, poderia ser utilizado por terceiros, reduzindo
ociosidade e se associando aos outros novos programas também propostos. Uma pequena
biblioteca para pesquisadores e estudantes estaria localizada num pavimento superior.
Aquário – O Aquário atual possui certa visitação e talvez seja um dos poucos atrativos do parque
neste momento. Assim como o NEA, porém, sua implantação descaracterizou o patrimônio,
instalado-se como um ‘puxado’ de telhas metálicas do mirante existente. Não oferece dimensões
nem projeto capazes de atraírem potencialidade de visitação.
Propomos a demolição do edifício do NEA atual e a construção um novo aquário, estabelecido de
forma “aérea” na cota 516, a qual se acessa em nível em passarela vinda da praça dos espelhos
d´água. Este novo edifício estaria elevado sob a forma de pilotis em relação aos mirantes das
cotas 511.30 e 512, liberando de forma plena as visuais ali oferecidas para o rio. Sua configuração
permite uma surpresa de apreciação dos tanques de água tanto de seu interior como também
externamente, conferindo mais uma riqueza aos passeios do parque. O caminho desenvolvido
pelo visitante ora privilegia a vista do pátio interno, ora a vista do rio, dependendo das qualidades
oferecidas por sua implantação. As características deste edifício também o potencializam como
um Museu do Peixe, ressignificando ali, de forma contemporânea e oportuna, a toponímia da
cidade.
De uma plataforma situada no pátio interno é possível acessar também os níveis de mirante e
restaurantes (projetados) abaixo - com acessibilidade universal e independentes do funcionamento
do aquário. Esta independência de acesso e a sua localização privilegiada e consolidada
historicamente dão à leitura dessa construção o caráter de mais uma porta de entrada para o
conjunto do parque.
Restaurante Mirante. Apesar de oportuna a entrada do NEA como programa para o parque, a
consequente saída do tradicional restaurante “Mirante” nos pareceu uma descaracterização da
história estabelecida afetivamente naquele local. Propomos então o retorno de um restaurante e
bar na cota 508.30 (sobre os mirantes).
Novos Usos à Av. Dr. Maurice Allain – Uma lâmina de serviços.
Propomos um eixo de ocupação sobre a situação oferecida pela Av. Dr. Maurice Allain - três
edifícios contínuos de 4x95m elevados em pilotis - buscando qualidades diversas:
1. Criar uma faixa de transição mais gradual entre o parque e o tecido imediato da cidade.
Uma certa “ambiguidade” neste trecho nos parece oportuna: uma relativização do caráter de
parque e a ocupação mais urbana. A atual fronteira longitudinal configurada, por exemplo, pelo
canteiro taludado entre a cota baixa da rua Maurice Allain e a cota alta da rua Maria Maniero seria
transformada em frentes de convite transversais ao eixo dominante do parque e também em
acesso para as lâminas. Propomos também que os lotes da rua Maria Maniero possam adquirir
novo caráter de zoneamento, com potenciais usos comerciais que se beneficiariam do novo
desenho de toda esta frente do parque, agora mais ativada.
2. Este eixo longitudinal teria em seu extremo sul um restaurante e um bar, configurando também
com o alargamento da rua Dr. Maurice Allain uma nova praça de ligação com o conjunto do
Engenho Central.
3.Estruturaria – no extremo norte – a nova ocupação do NEA, com suas salas de escritório na
própria lâmina e o programa educacional - biblioteca e auditório – em edifício anexo implantado
no talude.
4. A extensão majoritária da lâmina seria ocupada por salas de trabalho para atividades
que a prefeitura tenha interesse em fomentar, através dos devidos incentivos. As vagas de
estacionamento já existentes estariam garantidas abaixo desta lâmina elevada. Este programa
ofereceria uma ocupação garantida durante a semana, almejando as virtudes já descritas para
esta nova dinâmica do parque.
5. Um segmento - também “aéreo” - desta barra é proposto transversalmente ao parque, de modo
a buscar mais diretamente a presença do rio pela cota da rua Dr. Maurice Allain; resolve também,
através de um elevador anexo, a acessibilidade universal aos diversos níveis do mirante 03. O
programa aqui proposto - bar/café/pequeno restaurante – oferece dinâmica de usos também
noturnos.
Construção
As lâminas - longitudinais e a transversal à avenida Dr. Maurice Allain - são constituídas de duas
treliças de aço paralelas e distantes 4m entre si. No sentido da rua Maurice Allain, os pilares,
dispostos a cada 10m, se deslocam alternadamente em relação ao eixo central do edifício (sem
interferir no estacionamento) relativizando o efeito da linearidade do conjunto. Painéis de correr
conferem versatilidade de funções ao conjunto, que naturalmente já seria bastante sombreado
pela condição de alameda.
O aquário, por sua vez, se estrutura em um anel de quatro vigas vierendeel de concreto de 4m
de altura e vãos de 31m. Estas se apóiam em quatro pilares, deslocados dos vértices e eixos do
edifício. Os tanques de água dos peixes, com 1 metro de largura, contrabalançam os 3 metros de
largura de passagem dos visitantes, configurando um bonito equilíbrio assimétrico de cargas. O
jogo de cheios e vazios da vierendeel determina os trechos de visibilidade do aquário e eventuais
planos opacos para os recursos expositivos de um “Museu do Peixe”. As lâminas de vidro nos
tanques podem receber os devidos filtros necessários para o ajuste da quantidade de luz no
interior dos mesmos.
Viabilização em fases
Estas propostas produzem uma configuração final desejada e coordenada, mas também foram
imaginadas como ações em fases, de modo a favorecer sua realização. Levam em conta também
modelos de viabilização (PPPs, concessões) que possam ser estratégicos tanto para o processo
de efetivação das propostas como também para a qualificação do parque ao longo do tempo.
As imagens que aqui apresentamos buscam estar à altura da importância deste lugar para
Piracicaba. Importância por tudo aquilo que já mirou e ainda vislumbra: o seu sentido histórico,
primordial, matriz de seu genius loci; e o seu eterno sentido de desejo e potência.