CASA EM AIURUOCA
2002, AIURUOCA - MGARQUITETURA
Gil Mello
João Paulo Meirelles de Faria
CONSTRUÇÃO
Gil Mello
Henrique Bustamante
O SÍTIO
Em meio a serra da mantiqueira com toda a sua abundância de águas naturais e o seu relevo marcado por acidentes geográficos e maciços rochosos imponentes situa-se o vale do rio água preta e o pico da pedra do papagaio. Neste contexto se insere o obra aqui exposta.
O desafio da implantação deste projeto foi lidar com a variedade de possibilidades que esse sítio oferecia e fazê-lo de maneira simples e correta, situando a casa de maneira protegida dos ventos frios do vale e da geada, e buscando o sol e amplas visuais. Procurou-se um afastamento do fundo do vale por onde corre a estrada que fosse ao mesmo tempo, próximo e confortável para uma visita de um pedestre (e viável para a construção) e distante de modo a configurar um novo lugar, acolhedor e reservado. Tratava-se portanto de situar a casa numa paisagem vasta e natural, e não num lote com complexas restrições de gabaritos, recuos e outras orientações projetuais.
Pensou-se uma casa que se desenvolvesse ao longo das curvas de nível e que buscasse uma relação equilibrada entre o corte e o aterro, produzindo um impacto pequeno no terreno e configurando uma relação entre a cota de piso da casa e o platô à sua frente com uma escala humana, que convidasse quem chega para entrar.
O PARTIDO E O PROGRAMA
O partido adotado para atender um programa com sala, cozinha, dois quartos e um banheiro foi dividí-lo em dois blocos, um mais intimista e outro mais social. Entendemos que cada um destes blocos pudessem oferecer uma experiência espacial distinta e complementar.
A construção que abriga os quartos e um único banheiro fragmentado é mais reclusa e voltada para dentro. Para se atingir este objetivo este bloco foi construído com paredes mais grossas, uma laje de concreto moldado in loco com um pé direito baixo e aberturas pequenas e mais pontuais. A cota de piso é mais baixa do que o restante da casa, portanto para atingí-la é necessário descer alguns degraus. Como resultado conseguiu-se um conforto térmico adequado para as grandes variações de temperatura frequentes nesta região.
Em contrapartida, o outro bloco que contempla a sala de estar e a cozinha é transparente, se abre e deixa a paisagem entrar por meio de grandes janelas. Construído com estrutura de madeira pré-fabricada e “solto” do chão, sua cobertura se prolonga até apoiar-se no bloco dos dormitórios configurando uma varanda coberta que interliga e articula estes dois blocos. A continuidade do assoalho de madeira da sala traz para esta varanda coberta um caráter de espaço interno.
Esta varanda, espaço essencial do projeto, se estende em dois outros sentidos, para a frente onde um deck de madeira oferece uma área ensolarada e contemplativa (de onde se avista o outro lado do vale e em noites estreladas pode-se acender uma fogueira) e para os fundos onde um piso de pedra mineira e um forno caipira ampliam o espaço da cozinha até encontrar uma bica d´água e a horta disposta em terraços ao longo do talude de corte.
Por fim, esta varanda vislumbra, à norte e sul, duas paisagens distintas em suas escalas e, à leste e oeste, dois blocos construídos que, contrapondo-se, complementam-se; belezas naturais e belezas construídas.
Em meio a serra da mantiqueira com toda a sua abundância de águas naturais e o seu relevo marcado por acidentes geográficos e maciços rochosos imponentes situa-se o vale do rio água preta e o pico da pedra do papagaio. Neste contexto se insere o obra aqui exposta.
O desafio da implantação deste projeto foi lidar com a variedade de possibilidades que esse sítio oferecia e fazê-lo de maneira simples e correta, situando a casa de maneira protegida dos ventos frios do vale e da geada, e buscando o sol e amplas visuais. Procurou-se um afastamento do fundo do vale por onde corre a estrada que fosse ao mesmo tempo, próximo e confortável para uma visita de um pedestre (e viável para a construção) e distante de modo a configurar um novo lugar, acolhedor e reservado. Tratava-se portanto de situar a casa numa paisagem vasta e natural, e não num lote com complexas restrições de gabaritos, recuos e outras orientações projetuais.
Pensou-se uma casa que se desenvolvesse ao longo das curvas de nível e que buscasse uma relação equilibrada entre o corte e o aterro, produzindo um impacto pequeno no terreno e configurando uma relação entre a cota de piso da casa e o platô à sua frente com uma escala humana, que convidasse quem chega para entrar.
O PARTIDO E O PROGRAMA
O partido adotado para atender um programa com sala, cozinha, dois quartos e um banheiro foi dividí-lo em dois blocos, um mais intimista e outro mais social. Entendemos que cada um destes blocos pudessem oferecer uma experiência espacial distinta e complementar.
A construção que abriga os quartos e um único banheiro fragmentado é mais reclusa e voltada para dentro. Para se atingir este objetivo este bloco foi construído com paredes mais grossas, uma laje de concreto moldado in loco com um pé direito baixo e aberturas pequenas e mais pontuais. A cota de piso é mais baixa do que o restante da casa, portanto para atingí-la é necessário descer alguns degraus. Como resultado conseguiu-se um conforto térmico adequado para as grandes variações de temperatura frequentes nesta região.
Em contrapartida, o outro bloco que contempla a sala de estar e a cozinha é transparente, se abre e deixa a paisagem entrar por meio de grandes janelas. Construído com estrutura de madeira pré-fabricada e “solto” do chão, sua cobertura se prolonga até apoiar-se no bloco dos dormitórios configurando uma varanda coberta que interliga e articula estes dois blocos. A continuidade do assoalho de madeira da sala traz para esta varanda coberta um caráter de espaço interno.
Esta varanda, espaço essencial do projeto, se estende em dois outros sentidos, para a frente onde um deck de madeira oferece uma área ensolarada e contemplativa (de onde se avista o outro lado do vale e em noites estreladas pode-se acender uma fogueira) e para os fundos onde um piso de pedra mineira e um forno caipira ampliam o espaço da cozinha até encontrar uma bica d´água e a horta disposta em terraços ao longo do talude de corte.
Por fim, esta varanda vislumbra, à norte e sul, duas paisagens distintas em suas escalas e, à leste e oeste, dois blocos construídos que, contrapondo-se, complementam-se; belezas naturais e belezas construídas.
